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La larga noche de los 500 años

La larga noche de los 500 años
Óleo, acrílica e spray s/ tela
270 x 500cm
2019

Glossário

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Âncora 1 - 500 años
Âncora 2

1. Osvaldo Orlando da Costa (1938 - 1974), conhecido como Osvaldão foi um guerrilheiro brasileiro e um dos principais integrantes da Guerrilha do Araguaia. No Araguaia era amado pelos ribeirinhos que o consideravam parte da família. Ainda hoje os moradores da região contam que Osvaldão era uma figura mítica, capaz de se tornar invisível e se transformar em pedra, árvore e vento.  Osvaldão foi morto com um tiro de carabina quando descansava num barranco, em 4 de fevereiro de 1974.

2. Dulce Maia de Souza (1937 - 2017), codinome: Judith, foi uma produtora cultural e guerrilheira brasileira que participou da luta armada contra a ditadura militar brasileira entre 1964 e 1985. Integrante da organização de extrema-esquerda Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), foi presa, torturada e banida do Brasil durante o regime militar. Primeira mulher da guerrilha armada presa no país, foi também a primeira exilada a retornar ao Brasil após a promulgação da Lei da Anistia em 1979.

3. Doris Tijerino Haslam (1943). Estudou de 1963 a 1965 na União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). Ao retornar à Nicarágua, em 1966, ingressou na Frente Sandinista de Libertação Nacional. é capturada em 15 de julho de 1969, onde é torturada e estuprada. Liberta-se em 1970 e, alguns anos depois, viaja para Havana, onde permanece até o triunfo da Revolução Popular Sandinista em 1979. Durante a Revolução, ele assume responsabilidades diferentes, tornando-se o Chefe Nacional da Polícia Sandinista. Em 1990, ela é vice do FSLN perante a Assembléia Nacional e membro da Direção Nacional do FSLN.

4. Luisa Amanda Espinoza (1948 - 1970), foi uma guerrilheira nicaraguense da Frente Sandinista de Liberación Nacional (FSLN). Aos 22 anos, Amanda foi a primeira mulher da FSLN a cair em combate, na luta contra o ditador Somoza. Homem que se manteve no poder durante quase duas décadas com o apoio dos EUA, tornando-se um dos homens mais ricos da América Latina. Amanda simboliza a luta da libertação das mulheres nicaraguenses, e dá nome a Asociación de Mujeres Nicaraguenses Luisa Amanda Espinoza (AMNLAE).

5. Antônio Vicente Mendes Maciel (1830 - 1897), mais conhecido como Antônio Conselheiro, foi um líder religioso brasileiro. Figura carismática, adquiriu uma dimensão messiânica ao liderar o arraial de Canudos. Em março de 1905, um incêndio na antiga Faculdade de Medicina do Terreiro de Jesus, em Salvador (BA), destrói a cabeça de Antônio Conselheiro, que lá se encontrava 1897. No dia 14 de maio de 2019, a Lei 13.829/19 incluiu Antônio Conselheiro no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria.

6. Rosa Elena Tránsito Amaguaña Alba (1909 - 2009) conhecida como “mamá Tránsito” foi uma ativista indigenista equatoriana e uma das líderes do feminismo no país do início do século XX. Em 1946 fundou a Federação Equatoriana de Índios e nos anos 1950 impulsionou a fundação de escolas bilíngües, em espanhol e quechua. Ligada ao Partido Comunista, lutando pela implementação de um sistema cooperativista no campo, em 1961 , foi acusada de tráfico de armas, e ficou quatro meses na cadeia. Quando saiu, porém, sem acusações, se deparou com morte de seus pais e de vários de seus filhos.

7. Dolores Cacuango Quilo (1881 - 1971) conhecida como “mamá Dolores” foi uma ativista equatoriana, pioneira no campo da luta pelos direitos dos indígenas e camponeses em seu país. Dolores militou juntos os ministros da educação, em 1944, culminando com a criação da primeira Federação Equatoriana dos Índios (FEI), com o apoio do Partido Comunista do Equador, que levou à abertura de quatro escolas em zonas rurais, todas bilíngues, ensinando língua quíchua e espanhol. As escolas foram fechadas pela Junta Militar em 1963, por serem consideradas foco de comunismo. Seu trabalho foi internacionalmente reconhecido, tendo sido tema de uma exposição na sede da UNESCO (2013), em homenagem do Dia Internacional da Mulher.

8. Dandara dos Palmares (? - 1694) foi uma guerreira negra do período colonial do Brasil. Dandara dominava técnicas da capoeira e lutou nas muitas batalhas consequentes a ataques a Palmares, estabelecido no século XVII na Serra da Barriga. Ela participava também da elaboração das estratégias de resistência do quilombo. A Lei n.º 13.816, de 24 de abril de 2019, inscreveu o nome de Dandara dos Palmares no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria, depositado no Panteão da Pátria e Liberdade, em Brasília.

9. Maria do Carmo Brito (1943) é uma socióloga e ex-guerrilheira brasileira, integrante da luta armada contra a ditadura militar instalada no país em 1964. Codinome "Lia" na clandestinidade, foi integrante da Política Operária (Polop), do COLINA, uma das principais dirigentes da VAR-Palmares, onde comandou a ex-presidente do Brasil, Dilma Rousseff e da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), onde se tornou a primeira mulher a comandar uma organização guerrilheira em toda a América Latina. Ícone da presença feminina na luta armada brasileira, foi presa, torturada e banida do país em 1970, retornando apenas em 1979 por força da Lei da Anistia. Atualmente vive no Rio de Janeiro.

10. Anastasio Mártir Aquino (1792 - 1833)​ foi um líder salvadorenho indígena que liderou a insurreição dos nonualcos, uma revolta camponesa em El Salvador durante a existência da República Federal da América Central. Ele foi julgado e condenado à morte. Tendo cabeça foi colocada em uma gaiola com o rótulo  "ejemplo de revoltosos". Desde o século XX, tornou-se um símbolo de liberdade.

11. Maria Gomes de Oliveira (1911 — 1938), conhecida como Maria Bonita, foi uma cangaceira brasileira, companheira de Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião e a primeira mulher a participar de um grupo de cangaceiros. Foi morta em 1938, quando foi atacado pela polícia e degolada. Em 2006 a Prefeitura de Paulo Afonso (BA) restaurou sua casa de infância, instalando o Museu Casa de Maria Bonita no local.

12. Carlos Marighella (1911 - 1969) foi um político, guerrilheiro e poeta, que vivenciou a repressão de dois regimes autoritários: o Estado Novo (1937-1945), de Getúlio Vargas, e a ditadura militar iniciada em 1964. Foi um dos principais organizadores da resistência contra o regime militar. Teve ao todo quatro passagens pela prisão, onde sofreu espancamentos e torturas, sendo a primeira delas aos vinte anos de idade. Militou durante 33 anos no Partido Comunista e depois fundou o movimento armado Ação Libertadora Nacional (ALN). Em 1969, o Dops armou uma emboscada para Marighella, em uma ação que foi coordenada pelo delegado Sérgio Paranhos Fleury.

13. Lúcia Maria de Souza (1944 - 1973) foi uma guerrilheira brasileira, integrante da Guerrilha do Araguaia. Conhecida no Araguaia como "Sônia", foi emboscada por uma patrulha do exército em 24 de outubro de 1973, durante a Operação Marajoara, a terceira e definitiva ofensiva militar contra os guerrilheiros. Rendida pela patrulha militar, correu para pegar a arma deixada no chão e foi ferida, os militares acercaram-se da guerrilheira ferida, sem se aperceberem que ela havia caído em cima de seu revólver. Perguntada qual era seu nome, deu a resposta que a tornou célebre. Foi metralhada em seguida. Seu corpo foi deixado insepulto na mata e nunca foi encontrado. É dada como desaparecida política.

14. Ieda Santos Delgado (1945 – 1974), foi uma estudante de Direito da Universidade de Brasília (UNB) e militante da Ação Libertadora Nacional (ALN). Aos 28 anos, Ieda desapareceu e seu nome entrou para a lista dos desaparecidos políticos da ditadura militar brasileira. Em 2014, o ex-delegado Cláudio Guerra declarou, em um depoimento à Comissão Nacional da Verdade (CNV), que Ieda teria sido morta pelo delegado Sérgio Paranhos Fleury e que o mesmo havia confirmado a autoria do assassinato. O delegado Josmar Bueno também confirmou a veracidade dessa informação, seus restos mortais não foram encontrados.

15. Helenira Rezende de Souza Nazareth (1944 – 1972), codinome: Fátima, foi uma guerrilheira brasileira, militante do Partido Comunista do Brasil (PC do B) e integrante da Guerrilha do Araguaia. Foi líder estudantil vice-presidente da UNE,, conhecida como "Preta" pelos colegas de militância e da universidade, reconhecida por sua capacidade como oradora, cursou Letras e Filosofia na USP, em São Paulo. Helenira fazia parte de um grupo emboscado por fuzileiros navais em 1972. Ferida no tiroteio e metralhada nas pernas, recusou-se a entregar a localização dos companheiros aos militares e foi torturada e morta a golpes de baioneta. No ano de 2012, a Associação de Pós-graduandos da Universidade de São Paulo, no campus capital, decidiu prestar-lhe homenagem, passando a se denominar APG Helenira 'Preta' Resende – USP/capital.

16. Nilda Carvalho Cunha (1954-1971). Aos 17 anos, Nilda fazia o curso secundário e trabalhava como bancária quando passou a militar no MR-8. Presa em agosto de 1971 na Operação Pajussara resultado da primeira fase de uma das maiores operações da ditadura militar na Bahia. Foi libertada dois meses mais tarde, muito fragilizada em decorrência das torturas físicas e psicológicas a que havia sido submetida. Um psiquiatra recomendou que fosse internada, chegando à Clínica Amepe, em 4 de novembro de 1971, mesmo dia que recebeu a visita do major Nilton de Albuquerque Cerqueira, que ameaçou prendê-la novamente. Após esse episódio, o estado de Nilda piorou sensivelmente, 10 dias depois Nilda morreu. Em seu prontuário constava que não comia, via pessoas dentro do quarto, sempre homens, soldados. A causa da morte nunca foi conhecida.

17. Luísa Mahin (x - x) esteve envolvida na articulação de todas as revoltas e levantes de escravos que sacudiram a então Província da Bahia nas primeiras décadas do século XIX. De seu tabuleiro, eram distribuídas as mensagens em árabe, através dos meninos que pretensamente com ela adquiriram quitutes. Desse modo, esteve envolvida na Revolta dos Malês (1835) e na Sabinada (1837-1838). A Lei n.º 13.816, de 24 de abril de 2019, inscreveu o nome de Luísa Mahin no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria, depositado no Panteão da Pátria e Liberdade, em Brasília.

18. Berta Isabel Cáceres Flores (c. 1971 – 2016) foi uma ativista ambiental Hondurenha, líder indígena, co-fundadora e coordenadora do Conselho de Populares e Organizações Indígenas de Honduras (COPINH). Encabeçou uma campanha que, com sucesso, pressionou uma construtora a retirar a Barragens Agua Zarca do Rio Gualcarque. Ela foi assassinada em sua casa por homens armados, depois de anos de ameaças contra a sua vida.

19. Nise da Silveira (1905 - 1999) foi uma médica psiquiatra brasileira. Reconhecida mundialmente por sua contribuição à psiquiatria, revolucionou o tratamento mental no Brasil. Dedicou sua vida ao trabalho com doentes mentais, manifestando-se radicalmente contra os agressivos tratamentos de sua época, como o confinamento em hospitais psiquiátricos, eletrochoque, insulinoterapia e lobotomia. Em 1952, ela fundou o Museu de Imagens do Inconsciente, um centro de estudo e pesquisa destinado à preservação dos trabalhos produzidos na instituição, valorizando-os como documentos que abriam novas possibilidades de compreensão da realidade através da expressão simbólica e da criatividade.

20. Matheusa Passarelli (1997 - 2018), Theusinha,  era artista e militante da causa LGBTQI+ que propunha a arte como uma ferramenta de transformação social. De acordo com informações colhidas pela Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA), seu corpo foi queimado e nunca foi encontrado alguma materialidade.

21. Ísis Dias de Oliveira (1941 – 1972), foi uma estudante de Ciência Política e militante da Ação Libertadora Nacional (ALN) durante a Ditadura militar brasileira, momento no qual atuava sob o codinome de Fátima. Em 1968, Ísis interrompeu o seu 3° ano na FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas) e foi para Cuba para fazer um treino de guerrilha, voltando um ano depois, em 1972 foi presa pelo DOI/CODI. Em 2014, a Comissão Nacional da Verdade solicitou oficialmente ao Arquivo Nacional uma cópia da Informação 4.057, de 11/09/1975, do Serviço Nacional de Informação (SNI). Neste documento de circulação interna do órgão consta que Isis teria sido morta em 31/01/1972, o mesmo dia que foi presa.

22. Olga Gutmann Benário Prestes (1908 - 1942) foi uma militante comunista alemã de origem judaica. Com apenas quinze anos, em 1923, juntou-se à organização juvenil do Partido Comunista Alemão (KPD). Olga foi enviada ao Brasil em 1934, por determinação da Internacional Comunista, para apoiar o Partido Comunista Brasileiro. Foi presa pela Gestapo na Alemanha em 1936 e então levada para a Barnimstrasse, prisão onde teve sua filha, Anita Leocádia Prestes, que ficaria em seu poder até o fim do período de amamentação. Foi executada em 1942, na câmara de gás com mais 199 prisioneiras, no campo de extermínio de Bernburg.

23. Milgen Idan Soto Ávila ( c. 1990 - 2019) foi um líder indígena hondurenho de Tolupán, que lutou em defesa da floresta contra empresas madeireiras nas montanhas do departamento central norte de Yoro. Soto havia recebido ameaças da empresa madeireira Inmare. Isso ocorreu porque Soto estava liderando um movimento contra a exploração comercial de madeira na área tribal de San Francisco Locomapa. Soto teve que assumir esse papel de liderança depois que outros oito ambientalistas, que lideraram a luta contra as serrarias, foram criminalizados pelos tribunais, para garantir que não pudessem continuar seus protestos.

24. Marlon Ferney Pacho (c. 1995- 2019) foi um jovem líder indígena colombiano, secretário do conselho no abrigo de Talagá em Páez, a leste do departamento de Cauca. Segundo as autoridades, quatro homens armados chegaram a sua casa e atiraram nele várias vezes.

25. Luiza Nascimento Braga (c. 1994 - 2019) estudante de Ciências Sociais da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) e também estudava cinema na Pontifícia Universidade Católica (PUC-Rio). Foi morta pelo namorado, em Jacarepaguá. Luiza postou uma mensagem sobre relacionamento abusivo pelo menos uma semana antes de sua morte.

26. Em maio de 2019 o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), acompanhou uma operação de um grupo de elite da Polícia Civil fluminense, sobrevoando uma comunidade, ao lado de um policial que apontava o fuzil para civis. sob sua política, moradores de comunidades apelidaram os helicópteros de "caveirão voador", já que é usado como plataforma de tiro. Vídeos compartilhados em redes sociais mostram aeronaves dando vôos rasantes sobre as casas, acompanhados de fortes sons de disparos.

27. Augusto José Ramón Pinochet Ugarte (1915 - 2006) foi um general do exército chileno e ditador do seu país de 1973 a 1990. Assumiu o poder total no Chile depois de liderar o golpe militar, apoiado pelos Estados Unidos, em 11 de setembro de 1973, pelo Decreto Lei Nº 806 editado pela junta militar (Conselho do Chile), que foi estabelecida após a deposição do governo democraticamente eleito do presidente Salvador Allende. Seu regime foi marcado por constantes violações de direitos humanos, com mais de 80.000 pessoas sendo presas e outras 30.000 torturadas. Segundo números oficiais, mais de três mil pessoas foram assassinadas pelo governo Pinochet.

28. Ernesto Beckmann Geisel (1907 - 1996) foi um político e militar brasileiro, tendo sido 4.º na ditadura militar brasileira, exercendo o cargo de 1974 a 1979. Um lote de documentos liberados pelo Departamento de Estado em 2015, aponta que Geisel deu sua aprovação para uma política de "execução sumária" de "subversivos" durante o regime militar. O documento aponta que Geisel teria incumbido o general João Baptista Figueiredo à época, chefe do Serviço Nacional de Informações (SNI), a analisar e autorizar pessoalmente qualquer execução. O título do documento é "Decisão do presidente brasileiro Ernesto Geisel de dar continuidade à execução sumária de subversivos perigosos sob certas condições".

29. Explosões que anunciam o Golpe de Estado de 11 de Setembro de 1973, o golpe militar que derrubou o regime democrático constitucional do Chile e de seu presidente, Salvador Allende. O bombardeio se inicia às 11h52 bombardeando o Palácio de La Moneda e a residência de Allende. Encabeçado pelo general Augusto Pinochet e articulado conjuntamente por oficiais da marinha e do exército chileno, com apoio militar e financeiro do governo dos Estados Unidos e da CIA, bem como por organizações terroristas de tendências nacionalistas-neofascistas.

30. Coquetel Molotov, uma arma química incendiária geralmente utilizada em protestos e guerrilhas urbanas. No Brasil, a posse, fabricação ou o uso de tal artefato configura crime de "posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito", estando o infrator sujeito à pena de reclusão de, no mínimo, três anos até o máximo de seis anos e multa, conforme disposto na Lei 10.826/03, Art. 16, Inciso 3º.

31. PIPA 43: Em dezembro de 2014, em seu estúdio em Oaxaca, no México, o pintor Francisco Toledo (1940 - 2019) fez uma série de pipas adornadas com retratos dos 43 estudantes universitários desaparecidos — supostamente por forças criminosas e governamentais no estado vizinho de Guerrero. Os estudantes eram em sua maioria jovens indígenas e suas presumíveis mortes abalaram o país. Toledo empinou pipas em manifestações realizadas em homenagem aos estudantes e incentivou outras pessoas a fazerem o mesmo enquanto os estudantes continuassem desaparecidos.

32. Ossada do bancário e sindicalista Aluízio Palhano Pedreira Ferreira ( 1922 – 1971), integrante da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR) teve seus restos mortais encontrados em 1990 no Cemitério de Perus, e identificados apenas em 2018, por exame de DNA. O anúncio foi realizado pela Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos (CEMDP), que identificou os restos mortais após 47 anos de busca pelos familiares.

33. As carteletas e filacteras podem ser encontradas em diversas pinturas coloniais latino americanas ao longo do século XVII e XVIII, como indício de uma concepção espaço-temporal medieval, distinto das premissas do humanismo renascentista em voga no mesmo período na Europa. A frase dá título à obra, evocando o discurso político anti-sistêmico do exército Zapatista em 1994, publicado pelo Comité Clandestino Revolucionario Indígena-Comandancia General del Ejército Zapatista de Liberación Nacional. Originalmente, trata-se da profecia dos povos originários da américa sobre a maldição colonial a caminho: La larga noche de los 500 años.

34. Mulheres de Calama. Trata-se de um grupo de mulheres que se organizam na pequena cidade de Calama, no deserto de Atacama, e que há mais de 30 anos dedica-se a buscar os ossos de seus parentes mortos na ditadura de Pinochet.

35. Fogo-fátuo, um fenômeno que costuma ocorrer em cemitérios ou pântanos. De tempos em tempos, surgem misteriosas chamas azuladas, que aparecem por alguns segundos na superfície e logo depois somem sem deixar vestígios. Hoje, os cientistas sabem que esse fogo está ligado à decomposição dos corpos de seres vivos. Nesse processo, as bactérias que metabolizam a matéria orgânica produzem gases que entram em combustão espontânea em contato com o ar.  No Brasil, ele deu origem a um dos primeiros mitos indígenas de que se tem notícia: o boitatá, a enorme serpente de fogo que mata quem destrói as florestas.

36. Referência retirada do livro Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil de Jean-Baptiste Debret, originalmente dividido em três volumes (entre 1834 e 1839). A prancha 5, é intitulada por Debret como Caboclos (índios civilizados). O nome genérico de caboclo era dado todo o índigena batizado. Nos comentários do artistas no verso informa que “A extraordinária atitude do índio flechador da prancha 5, bem demonstra de maneira completa e irrefutável a sua espantosa habilidade”.

37. Las mujeres del Cuá é um grupo de guerrilheiras nicaragüenses que integraram a luta anticolonial na luta pela terra, durante o período da luta insurrecional contra a ditadura, nas décadas de 60 e 70 do século XX, deram proteção e abrigo, colaborando em ações logística, para os guerrilheiros da Frente de Libertação Nacional Sandinista. 

38. Casal de mulheres militares manifestando o amor, ao se beijam em frente a imagem de seus antigos algozes. Presença que subverte a lógica machista de poder bélico, rechaçando o poder militar misógino e sua masculinidade tóxica, aludindo aos desejos e afetos femininos, engajados na luta pela emancipação.

39. Parte do Muro fronteiriço México – Estados Unidos, criado com o objetivo de impedir cruzamentos ilegais entre os dois países. Em 2017 um grupo de ativistas mexicanos escrevem o lema contra as políticas migratórias de Trump "Ni criminales, ni ilegales, somos trabajadores internacionales".

40/41. Respectivamente, o Deserto do Atacama, cindido em dois tempos, aparece como o deserto não polar mais seco do mundo e também como palco da rara floração do deserto, fenômeno também conhecido como “milagre do Atacama”.

42. Ao mesmo tempo que remete a representação do inferno como um código iconográfico da pintura medieval, uma zona de suplícios e castigos eternos, também faz referência aos dados do Programa Queimadas, do Inpe de 2019, que comparado com o mesmo período de 2018, tem um aumento de 82% no número de incêndios nas matas. Onde poeticamente, a eternidade e o fogo afligem os algozes do povo latino americano.

Pesquisa elaborada por Aldones Nino.

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